22 de julho de 2011

65 - ALEX entrevista LUÍZA FREIRE

    Esta é a segunda postagem que estamos fazendo da "Série Jerônimo", ainda teremos mais uma e também existem mais duas postagens antigas que se pode encontrá-las todas no menu de busca deste blog.

     Hoje entrevistamos Luíza Freire, onde na postagem anterior contamos como ocorreu esta nossa conversa transformada em entrevista.

     Desde que eu nasci, há 30 anos, sou vizinho de Luíza e assim ficou bem prático para entrevistá-la, meus pais foram amigos dela e de seu saudoso marido Wanderley. Meus irmãos e eu, amigos de infância de suas filhas, sobrinhos e sobrinhas. Sua mãe, dona Benedita, sempre foi muito querida e requisitada por todos da vizinhança devido a sua ostensiva mediunidade. Luíza sempre foi exemplo de mulher caridosa desde que eu era criança, enquanto brincávamos na rua, víamos crianças e moradores de rua batendo palmas em sua casa com as mãos vazias e saindo dali com roupas e comidas. Esta espirita exemplar é a nossa entrevistada de hoje e até inspirei-me ao final desta postagem para fazer uma poesia dedicada á ela, espero que fique boa, iriei tentar escrever mesmo eu não sendo um poeta, pensador ou escritor.

     Luiza teve seu primeiro contato com a Doutrina Espírita Cristã no Grupo Espírita Anjo Ismael, no Jardim Satélite, em São José dos Campos-SP. Foi nesta época que ela e seu marido Wanderley conheceram Chico Xavier em Uberaba e atendendo recomendações do próprio médium mineiro, começaram a construir a Comunidade Espirita Maria João de Deus, que teve como seu fundador o Jerônimo Mendonça, cujo o casal o conheceram lá mesmo na casa de Chico em uma de suas visitas á ele. Luíza, Wanderley e a filha deles : Wanderléia, cuidavam do Gigante Deitado, inclusive viajavam com ele em suas palestras pelo Brasil e a nossa entrevistada está cheia de histórias como estas para contar!

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ALEX - Quando se deu seu primeiro contato com Jerônimo Mendonça?

LUIZA - O primeiro contato foi em 1979 lá no Chico Xavier, em Uberaba. Nós fomos falar com ele, por curiosidade de vê-lo lá na cama e apartir dali, nós convidamos ele para vir em casa tomar um cafézinho, até mesmo em brincadeira, pois não imaginávamos que ele viria, e quando foi em 1980, ele veio em nossa casa.

ALEX - Quando criança, recordo desta rua cheia de carros estacionados, cujos proprietários estavam todos aqui em fila para ouvirem Jerônimo, como eram esses dias?

LUIZA - Quando o Jerônimo vinha aqui em casa, a porta da minha sala ficava constantemente aberta. Haviam pessoas que passavam pela rua e ao saber que ele estava aqui, entravam e eu nem via elas entrarem e saírem (risos). Então, tinham dias que haviam mais de 50 pessoas aqui nesta sala para conversarem com ele. E isso era desde o primeiro dia que ele estava aqui até o último dia. Inclusive vinham pessoas de outras cidades aqui do Vale do Paraíba para vê-lo.

ALEX - Pois é, minha avó materna mesmo se locomovia da capital para cá para ouvi-lo e vê-lo, até dormia em casa...

LUIZA - ...Então, também vinham pessoas de lá, de Taubaté...

ALEX - Com que frequência Jerônimo se hospedava aqui em sua casa?

LUIZA - Ele nos visitava de 3 em 3 meses, ás vezes até antes, dependia das palestras que eram marcadas para ele, em São Paulo, em Campinas, no Vale do Paraíba...

ALEX - ...Por estarmos no eixo Rio-São Paulo...

LUIZA - ...Isso e assim ele sempre ficava aqui e daqui ele saía para fazer as palestras.

ALEX - Sua filha Wanderléia Cristina Freire, sempre prefaciava os livros de Jerônimo, vale lembrar também que ela escreveu 3 livros - Meu Pequeno Sol (1984), Na Passarela da Vida (1985) e O Amor Tudo Vence (1986) - e nota-se um especial dele para com ela, assim para com vocês, os pais dela.

LUIZA - Ele quando nos encontrou disse que nós tivemos um contato no passado, coisa de outra encarnação.

ALEX - Eram espiritos afins.

LUIZA - Isso, e de cobranças também. Então, ele disse que em um passado muito longíquo nós estivemos juntos e por isso tivemos que nos reencontrar : ele e nossa familia.

ALEX - E seu esposo, o saudoso Wanderley, também estaria envolvido?

LUIZA - Sim, quando o Jerônimo chegou aqui, em seu primeiro dia, ao vê-lo disse "É irmão! Nós temos que cobrar muito um do outro" (risos).

ALEX - Foi esse um dos motivos do Wanderley ter trabalhado tanto para a Doutrina Espirita Cristã.

LUIZA - Também. E nas palestras todos nós íamos juntos, nós ás marcavamos e não tinhamos hora para voltar.

ALEX - Maria Gertrudes Coelho Maluf, em seu livro "Jerônimo Mendonça - Sua Vida e Sua Obra", fala sobre isso que estamos conversando, "em suas andanças pelo país, Jerônimo reencontrou pessoas que faziam parte também, de seu passado delituoso, tornando-se amigos diletos". Que legal Luiza. E vocês podem até serem alguns personagens do livro do conde de Rochester (risos). E aquela famosa história que você conta no livro da Jane Martins Vilela, a dos "Três Cês"?

LUIZA - O Jerônimo foi lá no José Arigó, neste dia ele estava com muita dor e procurou ir até lá por causa disso, para aliviar a dor que ele estava sentindo naquele momento, não para ser curado, mas para aliviar a dor. Ele ficou esperando bastante e quando chegou a sua vez, a cama dele não passava pela porta, por ela ser muito estreita. Então Zé Arigó chegou até ele e falou "Meu irmão, você tem a doença dos 3 cês : Calma, Carma e Cama" (risos) e ele levou aquilo na brincadeira. Por não passar pela porta, ele foi atendido ali mesmo (risos).

ALEX - E como era na kombi do Pico (motorista que os levava para as palestras pelo Brasil)? Era realmente uma alegria total? Era como Jerônimo dizia : "Que beleeeeza"? (risos)

LUIZA - É verdade! Assim que terminava uma palestra, o Jerônimo sempre cantava uma música e depois ele falava "Que beleza" (risos). Era aquela alegria, ele ía cantando na perua e depois voltava cantando de novo (neste momento, os olhos de Luiza olhavam distantes, era como se ela voltasse no tempo e estivesse enxergando através dos olhos espirituais, o passado em que ela feliz se encontrava no interior da kombi. Seus olhos brilhavam e transpareciam a alegria vivida naqueles tempos, era como se apenas seu corpo ficara ali naquele instante a narrar para mim estes episódios e seu espirito fora buscar essas lembranças em seu mais íntimo ser). Não haviam distâncias, era Curitiba, Londrina, Porto Alegre, Florianópolis...onde o chamavam ele iria e sempre com a mesma disposição, tanto na viagem de ida, quanto na de volta. Nós viajávamos 16 horas quando íamos para estes lugares e sempre haviam "toneladas" de pessoas o esperando para conversarem com ele, mas Jerônimo sempre estava com aquela disposição e alegria, conversava com todos. E nós colocando izordil sublingual e fazendo massagens em seu peito.


Luiza Freire

ALEX - Você tinha contato com a mãe e a irmã dele?

LUIZA - Nós íamos muito lá na casa deles. O Wanderlei, eu e toda a nossa familia dormíamos lá na 6ª feira, no sábado e domingo. Almoçávamos juntos, passávamos o dia com o Jerônimo e com as pessoas que iam vê-lo cantar. Ele adorava cantar "modas-de-viola" : Chico Mineiro, Cabocla...

ALEX - E Antusa Martins, você a conheceu?

LUIZA - Diziam que ela era o "Chico Xavier de saia". Ela era deficiente visual e muda, mas a irmã dela transmitia nitidamente o que ela falava para nós.

ALEX - Tudo em pensamento, impressionante! Elas se entendiam.

LUIZA - O que ela "falava" era exatamente aquilo, que você podia assinar embaixo. Ela era uma pessoa muito espiritualizada, muito caridosa e antes de ela desencarnar fundaram um centro espirita colocando o seu nome, até hoje existe este Centro Espirita Antusa Martins. Ela também aplicava passes. Jerônimo ía muito lá e era muito aconselhado por ela, ela dizia (através de sua irmã) que ele iria desencarnar, mas que não ficaria muito tempo no plano espiritual não, logo iria retornar.

ALEX - Chico Xavier disse certa vez "Ah! Disseram que a barca de Horemseb (personagem do livro "Romance de uma Rainha" que fora Jerônimo Mendonça naquela encarnação) está voando pelo Brasil". E semanas depois, Jerônimo voava pela primeira vez de avião para proferir uma palestra. Chico sempre dava esses tipos de revelações pra vocês?

LUIZA - Sempre, ele revelou muitas coisas para Jerônimo sobre o passado dele, para que ele pudesse aceitar aquela cama, pois de início foi muito difícil para ele aceitar que aos 30 anos já havia passado por muletas, cadeira de rodas e enfim, a cama. Então, no começo ele se quis rebelar, mas o Chico mostrou muitos quadros dessas encarnações para ajudá-lo.

ALEX - Chico quando via Jerônimo até dizia "Todas as vezes que te vejo, eu tenho vontade de reler o "Romance de uma Rainha" (vale a pena ler este livro da médium russa Wera Krijanowrski, pelo espirito John Wilmot, conde de Rochester). E ainda falando de Chico e deste livro, ele falou que 75% dos personagens desta obra, encontravam-se reencarnados no Triângulo Mineiro. E ele afirma que este local é uma réplica da Mesopotâmia. Lá a fertilização da Terra era uma dádiva das cheias do Nilo e Eufrates, enquanto que no Triângulo Mineiro, a fertilização do solo é consequência do encontro dos dois rios : Rio Grande e Paranaíba, que drenam essas terras por baixo, tornando-se assim tão férteis. Alguma vez Jerônimo ou Chico, por saberem que vocês residiam no Vale do Paraíba, comentaram algo á respeito de nossa região?

LUIZA - A única coisa que ele falava aqui de nossa região era em relação á Doutrina Espírita, que ele não se conformava de as casas espiritas daqui terem férias e terem cursos tão longos. Ele dizia que um bom espirita com uma semana de Espiritismo, já tinha condições de trabalhar, dizia ele que nós aqui perdíamos muito tempo : 2 anos, 3 anos fazendo cursos, sendo que nós já poderíamos estar trabalhando.

ALEX - Coronel Ferrarini, o senhor Wilton Franco, o cantor e rei Roberto Carlos, dentre outros; eram amigos de Jerônimo, chegavam á doar milhões de cruzeiros para as obras de caridade. Porém, Roberto Carlos era o mais íntimo dentre eles. Fale um pouco para nós dessa amizade que ultrapassava encarnações.

LUIZA - Quando o Jerônimo estava aqui em casa, O Roberto Carlos ligava para ele constantemente para conversarem. Inclusive, ligava dos Estados Unidos e ficavam muito tempo se falando. Certa vez, ele ligou pedindo conselho ao Jerônimo para terminar a letra de uma música que ele iria gravar.
    Quando o Jerônimo ía no show do Roberto, ele ía no camarim dele e ficavam cantando, brincando e conversando muito, foi aí nesta amizade que o Roberto nos ajudou na doação dos bancos, todos os bancos de nossa Comunidade Espirita Maria João de Deus foram doados por ele. Era uma amizade de outra vida, era uma amizade muito linda que existia entre eles.
     O Coronel Ferrarini também, o Jerônimo chegou a fazer umas três palestras lá sobre alcoolismo. E o Wilton Franco, o Jerônimo chegou a ir no programa dele na televisão. Ele tinha boas amizades.

ALEX - Você falou sobre o Roberto pedir inspirações para criar músicas, em nossa conversa (antes de ligar o gravador) você citou canções como "A Montanha", "Jesus Cristo"...

LUIZA - O Roberto Carlos falava assim "Meu irmãozinho, estou precisando de uma inspiração aqui". Os dois iam conversando, conversando e dali Jerônimo dava uma inspiração para ele, pois Jerônimo era uma pessoa muito sensível. Um exemplo? Se o Jerônimo estivesse aqui nesta sala e você já havia tido contato com ele alguma vez, ao entrar aqui nesta sala, antes de se aproximar de sua cama, ela já dizia seu nome. Isso aconteceu muitas vezes aqui em casa, pessoas que já tinham contato com ele, nós não precisávamos nem falar nada, a intuição dele já lhe falava.

 ALEX - Era a vista da alma! Mesmo sendo deficiente visual, ele enxergava. 

LUIZA - As pessoas ficavam até "bobas" : "Mas como ele sabe que eu cheguei aqui?"

ALEX - Um outro exemplo é quando ele dizia "Leia uma página do livro tal que está em sua mão, por favor". Sua vista espiritual alcançava objetos á distância.

LUIZA - Ele tinha muito desdobramento, ele se via em muitos lugares, ele tinha essa sensibilidade muito aguçada e falava coisas ás pessoas que elas se espantavam "mas como você sabe disso? Eu nem comentei nada com você!" e ele sempre brincava "Ah! Foi um passarinho que me contou" (risos).

ALEX - Você também conheceu Luiz Antonio Gasparetto?

LUIZA - Também, só que nós não tivemos um contato muito amplo com ele, foi apenas uma vez.

ALEX - E com o Divaldo?

LUIZA - Muitas vezes. Quando ele ía lá várias vezes no Chico Xavier.

ALEX - Mais alguém?

LUIZA - Raul Teixeira, Therezinha de Oliveira, de Campinas. Tínhamos muitos contatos com vários palestrantes através do Jerônimo, mas o que mais tínhamos contato era o Divaldo Pereira Franco.

ALEX - É verdade que todos os dias vocês faziam o Culto do Lar ás 19 horas?

LUIZA - Todos os dias na casa dele e quando havia alguém com ele, pedia para ler o Evangelho, dar alguma explicação do que leu. Sempre haviam vizinhos ou amigos que iam fazer o Evangelho no Lar com ele. Ele também fazia a Ave Maria pela rádio todos os dias ás 6hs da tarde...

Jerônimo na Rádio
ALEX - ...Na Difusora de Ituiutaba não é? Até os presos paralisavam suas atividades neste horário para o ouvirem. Que maravilha né Luíza! Ele sabia usar os meios para a divulgação.

LUIZA - Ele também fazia campanhas pelo telefone para arrecadar cestas básicas para os necessitados. Ele fez muitas campanhas pelo telefone. E fez várias palestras em presídios, inclusive em Araraquara e uma vez em São Paulo. Os presos tinham muito carinho por ele. Além de palestra, ele cantava para os presos, levava e distribuía mensagens para eles e nós chegávamos a ir com Jerônimo.

ALEX - Como era pra você ter que massagear e até colocar pesos sobre o peito de Jerônimo, para aliviar suas dores?

LUIZA - Quando ele dormia! Pois ele tinha anjina (uma dor muito forte no meio do peito) e ás vezes quando esta dor estava muito intensa, ele não dormia a noite toda. Tinha que sempre dar exordil e fazer massagens em seu peito para que pudesse ser aliviada a dor dele.

ALEX - Ás vezes ele pedia para que sentassem em seu peito?

Com o peso sobre o peito

LUIZA - Ele pedia para colocarem dois pesos de areia que ele tinha na casa dele e até levávamos estes saquinhos em nossas viagens, para quando a dor ficasse muito forte. Ele até brincava com sua irmã "Ah Eurídece, senta aqui no meu peito" e ela sentava (risos).

ALEX - Quando dormia, ele pegava no sono apenas de 40 a 50 minutos por dia. E sua pressão arterial era de 19x0?

LUIZA - Certa vez em Campinas ele teve nevralgia do trigêmeo (também conhecida como tic douloureux - Numa escala de dor, dizem que esta é a pior dor que um ser humano pode sentir), ele ficou internado vários dias lá e os médicos vinham visitá-lo para medir a pressão dele, até que um doutor chegou nele e disse "Jerônimo, você é a prova de que realmente Deus existe, porque não existe condição de um ser humano viver com a pressão arterial que você tem, sua pressão é zero!" Isto não existe e por 30 anos deitado em uma cama, ele nunca teve um escarne, uma ferida no corpo...

ALEX - ...Isto é o que eu iria lhe perguntar, sobre feridas.

LUIZA - Ele nunca teve nada, seu corpo era todo "limpinho".

ALEX - O que foi pra você cuidar de Jerônimo?

LUIZA - Foi uma experiência muito grande, inclusive agora eu cuidando de minha mãe 24hs por dia (ela aponta dona Benedita, que esteve durante toda a nossa conversa ao nosso lado, ali na sala deitada na cama) ás vezes eu até quero reclamar "Puxa! Eu não durmo." Aí eu lembro de quando eu ficava a noite inteira em claro com Jerônimo e ele era um amigo, já ela (aponta novamente para dona Benedita) é minha mãe.

ALEX - Jerônimo foi então uma espécie de preparação.

LUIZA - Sim. Uma vez eu estive no centro espirita da irmã dele, que era uma médium muito responsável e uma vez ao dar um passe em mim, ela falou "Coragem minha irmã, coragem! Pois suas mãos irão ser liberadas para o trabalho. Você vai precisar de muita coragem e muita força". Então talvez seja isto aí, né! Eu tinha que estar sempre junto dele nas palestras e ajudando-o.

Corpo em "S" de Jerônimo

ALEX - Minha mãe dizia que você constantemente limpava os olhos dele.

LUIZA - Limpava constantemente, escovava os dentes dele, cortava o cabelo, dava banho, fazia massagens, pingava colírio e inclusive uma vez foi muito interessante; ele pediu para eu colocar colírio nos olhos dele e aí ao invés de pingar colírio, coloquei remédio de dor, analgésico, aí ele falou "Nossa Lú - ele me chamava de Lú - os meus olhos estão estranhos, estão doendo". Aí eu percebi o que havia colocado e não queria falar para ele. "Mas eu coloquei colírio Jerônimo". Eu acordava com tanto sono durante a madrugada que ás vezes eu fazia dessas coisas por engano. Eu já escovei o dente dele com pomada ao invés de creme dental e assim por diante, fazia coisas extravagantes (risos).

ALEX - Eu sei bem o que é isso (risos), já escovei os meus dentes com hipoglós (risos). E voltando á falar de Chico Xavier, o que ele e Jerônimo deixaram em seu coração?


Jerônimo com Luíza na Tv Manchete
LUIZA - Pra mim, o Chico Xavier depois de Jesus, foi o espírito mais evoluído que passou na Terra, pois quando você chegava perto dele, pensava mil coisas para dizer á ele, mas ao se aproximar não era necessário dizer nada, ele falava tudo pra você.
     Se eu fosse contar todas as histórias que eu tenho de Chico Xavier, as fitas deste gravador (aparelho que utilizamos nesta conversa) seriam poucas. Eu tenho muitas histórias e passagens do Chico que eu presenciei por visitá-lo muito lá em Uberaba. Todos iam embora e nós ficávamos até de madrugada com aquela "turminha" conversando com ele. E Jerônimo foi um espirito também muito evoluído que me ensinou muito, vou dizer particularmente á mim, porque antes de conhecê-lo, eu não sabia nem quem era Jesus, digo isto com toda sinceridade, pois eu era muito materialista e nem sabia o que era caridade. Então, graças á Jerônimo que eu aprendi o que é o Bem, o que é Jesus. Existe a Luíza antes e a Luíza depois, por isso agradeço até hoje pelos ensinamentos que ele deixou para mim.

ALEX - Agora um Pinga-Fogo com você vizinha :

Espiritismo - É tudo na minha Vida, é Chico Xavier, é Jesus.
Reencarnação - Acredito plenamente.
Jerônimo - Que beleza! (risos)
Chico - Depois de Jesus, é ele.
Deus - É Amor, é Carinho, é Presença Amiga em todos os momentos de nossa Vida.

ALEX - Para finalizarmos nossa conversa, deixe aí uma mensagem aos leitores de nosso blog.

LUIZA - Todos nós temos que ter um caminho na Vida, uma Religião. Acreditar em alguma coisa, seja qual for a religião, nós temos que acreditar. Só assim teremos um pouco de paz, felicidade e fé. Temos que ter Deus no coração. Mas não adianta apenas ter religião, mas também ler bastante para se instruir. Então, principalmente os jovens, busquem isso, o que é Deus? Quem é Jesus? O que é fazer caridade? O que é ter Luz no coração? Senão iremos parar no meio do caminho ao invés de seguir em frente. Tenham muita fé e muita confiança em Jesus.

Alex Guimarães e Luíza Freire


Em homenagem á Luíza Freire e Jerônimo Mendonça

SER ESPÍRITA, QUE BELEZA!

Eu não era Espírita


Mas quando criança, lembro da rua de casa,
Carros enfileirados, até sobre a calçada,
Uma fila enorme de gente,
Tinha católico, idoso e doente,
Todos queriam receber um amparo
de um homem apelidado "Gigante Deitado"


Eu não era Espírita


E minha avó também não era,
A mãe de minha mãe Vera,
Lá da capital se locomovia,
Para fazer de nossa casa hospedaria,
Para no dia seguinte ouvir uma palavra,
Do Jerônimo que ao lado de nossa casa,
Muito bem acolhido por nossa vizinha,
Passava longos dias com a Luíza.


Eu não era Espírita


Mas aquela mulher se fazia exemplo
De cristã quando ao relento
Havia um homem batendo á sua porta,
Barbudo e de cobertor nas costas,
Ele não ganhava apenas roupa e pão,
Mas uma Palavra ao coração.
Era comum ver sua campainha tocando
E depois um mendigo saltitando,
Pela caridade ali recebida
Da filha da dona Benedita.


Eu não era Espírita


Mas fui crescendo e aprendendo,
Sempre olhando aquele lar,
Que acolhia os pobres e o Gigante,
Que também chegou á morar,
E quando eu tinha 8 anos,
Jerônimo veio á desencarnar,
Luíza, Léia, Wanderley, a família toda,
Foram no seu enterro em Ituiutaba,
E eu por ser muito criança,
Hoje não lembro de nada.
É uma pena! Pois com toda a certeza,
Seria tão bom recordar dele falando-me : Que beleza!


Eu não era Espírita


Até padre eu queria ser,
Mas na reencarnação eu não deixava de crer.
Os espíritos sempre foram parte de minha vida,
Então, que católico eu seria?
Até que comecei á ler e estudar,
E a Doutrina Espírita comecei á amar:
Kardec, Chico, León Denis,
Emmanuel, Meimei, André Luiz.


Agora eu sou Espírita


Li os livros de Jerônimo,
Seus ensinamentos deram-me novo ânimo,
Minha mãezinha, minha irmã e Luíza,
Também falaram muito dele para mim,
E como que buscando algo nos arquivos da alma:
Até que éramos espiritos afins.


Agora eu sou Espírita


Jerônimo mesmo deitado,
Mostra que não é um coitado,
E a Fórmula da Felicidade,
É o que Luíza fez nesta caridade,
De cuidar deste homem acamado,
Que por Jesus fora tão apaixonado.


Agora eu sou Espírita


Á cada dia que aprendo algo novo,
Apaixono-me mais,
É como se descortinasse um horizonte,
Que eu não enxergasse jamais.


Agora eu sou Espírita


Mas lendo as obras do Gigante,
E analisando sua biografia,
Vejo quão é importante,
Tudo aquilo que ele dizia.


Agora eu sou Espírita


E se eu viver como ele vivia?
Eu daria seu exemplo de ser cristão?
Suportaria tudo sem rebeldia?
Eu diria de ante-mão,
E até me atreveria
Do fundo do coração,
Á dizer que eu ainda...


Não Sou Espírita.


Alex S. C. Guimarães, junho de 2011


   

2 comentários:

Erlan disse...

Excelente texto! Abraço

ESCOLA - EMPREENDEDORISMO SOCIAL EM GOIÂNIA-GO-BRASIL disse...

Adoro as estórias, o bom humor, a vida de Jerônimo Mendonça. Parabéns pelo blog.