23 de maio de 2011

49 - ALEX entrevista JOHN VAZ

     AVISO IMPORTANTE : ESTA ENTREVISTA NÃO QUER EM NENHUM MOMENTO FAZER APOLOGIA AO TABAGISMO OU A ALGUMA POSIÇÃO POLÍTICA, APENAS QUER DIVULGAR O TRABALHO DO ENTREVISTADO E MOSTRAR A SIMPATIA DO MESMO COM A DOUTRINA ESPIRITA, SENDO ESTA A FINALIDADE DAS ENTREVISTAS NO BLOG AOS ENTREVISTADOS NÃO-ESPIRITAS!

Ele é ator e diretor de artes cênicas, foi Coordenador do Teatro Museu da República- RJ. ( 1999-2007) e é um especialista em interpretar personalidades da história, por isso é conhecido como “O Mil Caras do Teatro Brasileiro” referência dada pelo jornal O Globo. Ele já foi no teatro o poeta e ator francês Antonin Artaud (peça que ficou em cartaz por 6 anos), foi o filósofo marxista Louis Althusser (dirigido por ninguém mais que Stênio Garcia), foi o seringueiro Chico Mendes, o revolucionário Che Guevara, o imperador Dom Pedro I, o lendário Jacques de Molay, o presidente bossa nova Juscelino Kubitschek (neste trabalho ele foi premiado com a Medalha JK 2002); na TV Globo ele foi o presidente deposto João Goulart, ao lado de José Wilker na minissérie "JK", também em minissérie, em “Amazônia” de Gloria Perez , interpretou o personagem principal : o coronel boliviano Rosendo Rojas, ao lado de Alexandre Borges como Pláido de Castro; participou da novela "Beleza Pura" onde foi o PM Nascimento, em “Belíssima” contracenou com Tony Ramos. No cinema, interpretou Che Guevara, com direção de Gringo Cardia. Vou parar de falar dele, senão ficarei aqui até amanhã (risos), estou falando de John Vaz, que foi um camarada de lutas na época em que eu militava no movimento estudantil e agrário, juntamente da UNE, UJS, JR8, MST e quando eu tentava implantar os Círculos Bolivarianos no Brasil. Naquela época fiquei surpreso em saber que este ator famoso lutava pela mesma causa que a nossa. Com este homem de poucas palavras, sem travas na língua e como se diz "curto e grosso" no bom sentido, pois é muito gentil e transparente, começamos nossa entrevista! 


John em cartaz como "Che" no CUCA da UNE

ALEX - Oi John! Foi naqueles anos em que estou comentando que você nos apresentou o espetáculo do Che Guevara. Era impressionante a semelhança de ambos. Quando você vestia seu figurino, arrepiava-nos os pêlos quando o víamos, era o Che em nossa frente. Como foi pra você representar Guevara?

JOHN - Digo na verdade como é representá-lo, pois a montagem não parou, ela continua. Seguimos fazendo apresentações pela América Latina. É o meu melhor personagem tanto pelo o que ele é e pela minha identificação com seu pensamento.
 
ALEX -  Você encenou o espetáculo "As últimas horas da Vida de Che Guevara" dentro da escola onde o próprio foi morto, em La Higuera, na Bolívia, no ano de 1967. Como foi atuar lá dentro pra você?

JOHN - Fomos a Bolivia e encenamos dentro da sala de aula onde ele foi assassinado, em La Higuera. Foi a melhor de todas as experiências que eu já tive nessa carreira. A vibração do povo boliviano com a montagem valeu a minha escolha pela profissão de ator. Che Guevara está vivo no sangue dos povos trabalhadores massacrados pelo sistema capitalista.

ALEX - Fiquei sabendo que esta peça esteve em Buenos Aires e Montevidéu, se não me engano também no Peru. Soube que você pretendia levá-la á Cuba. Você conseguiu? E onde mais você apresentou-a?

JOHN - Esteve também nestes países e mês passado (foi em março, já que esta entrevista foi realizada em abril de 2011) fiquei um mês em Havana (Cuba) preparando a montagem que acontecerá em agosto deste ano, já até escolhi o elenco e o local onde irá ocorrer, será encenada em Havana.


Vaz interpreta "Chico Mendes" para ministros e políticos
 ALEX - Lembro que o seu contato com o movimento estudantil ficou muito íntimo, assim como foi para com os camponeses quando você representou Chico Mendes também no teatro. Conte-nos um pouco sobre esta aproximação com os guevaristas.


JOHN - Chico Mendes é um heroi nacional. A montagem foi uma aula de história do Acre e dos pensamentos de Chico. A juventude vibra com os seus ideais e é essa a minha ferramenta de trabalho. Uso o teatro para dizer ás pessoas o que a imprensa não dá a minima.

 
ALEX - O que significa pra você ser premiado com a medalha JK por ter interpretado Juscelino Kubitschek?
 
JOHN - Um reconhecimento de uma bela obra executada e patrocinada pelos Três Poderes. Foi bom e significativo.
 

 
ALEX - Stênio Garcia lhe dirigiu na peça "Louis Althusser", que honra eihn!
 
JOHN - Ele é um parceiro de trabalho que conhece como poucos o ofício, trocamos muitas coisas positivas e sem dúvidas foi uma ótima parceria.

Jacques de Molay
 
ALEX - Ainda falando de teatro, conte um pouco para nós a respeito do espetaculo que você está fazendo sobre o ultimo Grão Mestre da Ordem dos Cavaleiros Templários, o Jacques De Molay.


JOHN - É a montagem que mais me cansa fisicamente, mas o resultado é espetacular. A peça é um monologo com a participação do público. É algo inédito, pois nenhuma montagem profissional no mundo foi feita sobre De Molay. Estamos abrindo as portas pra discutir o que é fato e expeculação sobre essa misteriosa Ordem.

ALEX - Agora falando de televisão. Estamos vendo uma foto onde você está sentado ao lado de Toni Tornado e Nuno Leal Maia. Esta foto foi tirada nos estúdios da saudosa novela "Vamp", que fez um sucesso em 1991. Você fez parte do elenco?
Tornado e Nuno Leal Maia com Vaz

JOHN - Sim e esta novela está sendo reprisada na Rede Viva, ás 15horas. Eu tinha 18 anos e foi o meu primeiro trabalho na Televisão, foi muito divertido.

ALEX - Que legal, eu não sabia! E na novela "Beleza Pura", onde você foi o policial militar Nascimento, você prendeu o Matheus Sister (risos)? Coitado John (risos).

Novela "Beleza Pura"

JOHN - Ele correu um "bocado", mas o prendi (risos).

ALEX - Acredito eu que os seus dois maiores trabalhos na tv foram as minisséries "JK" e "Amazônia". As assisti e pude conferir seu desempenho extraordinário em ambas. Ao lado de José Wilker (JK) você foi o Jango, o grande presidente João Goulart. E na minissérie de Glória Perez você foi o Coronel Rojas, ao lado de outro "monstro" da teledramaturgia, Alexandre Borges, onde vocês dois eram os personagens principais na história. Como foi pra você estar na telinha ao lado de José Wilker e Alexandre Borges, nosso Jackie LeClair (risos).



John Vaz encenando com Alexandre Borges
John Vaz encenando com José Wilker
John Vaz com Glória Perez
JOHN - Para nó atores não existe nenhum mistério em interpretar com Antony Quinn ou José Wilker. São parceiros e colegas de trabalho com um estudo de interpretação muito bom e quanto melhor eles forem, melhores serão as cenas e assim o nosso trabalho fica ainda mais fácil. Os dois são muito simpáticos e parceiros.


ALEX - Somos amigos no orkut e sempre vejo em suas atualizações, fotos de quadros por você mesmo pintados. São traços característicos seu, onde qualquer um que olhar para uma obra sua, logo dirá "este é do John". Parabenizando você pelas belas pinturas, lhe pergunto : Em que momento do dia você consegue realizar estes trabalhos? pois você não pára um minuto John (risos).

JOHN - A pintura é "pop art". Eu pinto quando tenho inspiração e a mulher sempre me inspira. Pinto nas horas vagas e quando me dá vontade. Faço isso para alegrar a minha casa com as cores.


ALEX - Entre seus quadros vi um muito lindo de Yemanjá. Sei que você teve recentemente uma forte ligação com a Maçonaria, por estar representando o último templário. E o Espiritismo, você tem ou já teve alguma ligação com essa doutrina?

JOHN - Não sou místico. Minha ligação com as instituições religiosas são de pesquisa histórica, para executar meus trabalhos no teatro.
     Yemanjá e São Jorge são muito mais que figuras religiosas, eles estão presentes na cultura do povo brasileiro. E assuntos do povo me interessam muito.

ALEX - E Chico Xavier, como você resumiria a pessoa desta figura religiosa?

JOHN - A figura de Chico é um encanto, é a personificação da bondade.
John como "Dom Pedro I"

ALEX - Você que já interpretou Dom Pedro I, Chico Mendes, Che Guevara, Juscelino Kubitschek, João Goulart e tantos outros; se um dia lhe aparecesse um trabalho para fazer sobre o codificador do Espiritismo, o Allan Kardec, você o faria?

JOHN - Já tive planos de interpretar Kardec no teatro, acho o tema interessante, quem sabe um dia.



ALEX - Seria uma benção para nós John. E se lhe convidassem para fazer no Teatro, na televisão ou no Cinema algo relacionado ao Espiritismo, semelhante ao que Renato Prieto sempre faz, você aceitaria?


JOHN - Sim, faria! Pois não acho que o Espiritismo seja maléfico ou perigoso. Pelo contrário, vejo na Doutrina uma palavra de paz e harmonia, gosto disso. Não faria de forma alguma algo ligado ás "empresas evangélicas", que fazem da fé um balcão de negócios. Não sou religioso, mas tenho simpatia pelo espiritismo e religiões afro brasileiras porque se tornaram efetivamente parte da cultura popular brasileira.

ALEX - E para finalizar eu gostaria de lhe agradecer pela entrevista concedida á este ex-militante, mas eterno camarada de lutas, só que hoje lutando pelo mundo de outra forma, dentro da Doutrina Espirita. Por mesmo ser um simples blog espirita, você ter-nos dado esta honra de fazer tais perguntas. E assim eu encerro fazendo um pequeno Pinga-Fogo.

- Vasco : É do bem, Flamengo é do mal (risos)
- Cavalos : Depois da mulher, a maior paixão!
- Política : Comunista revolucionário convicto.
- Televisão : No Brasil, é um partido politico de extrema direita.
- Teatro : Ferramenta pra educar, discutir, revolucionar...
- Deus : Teoria da Relatividade Geral de Einstein + a Física Quântica = Deus.

NOTA : Para levar os espetáculos de John Vaz em sua cidade, entre em contato:
              Reservas: (21) 2225-6175 e 8726-9359 e-mail : j.vaz@hotmail.com

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