29 de abril de 2011

44 - VISITA ao túmulo de WELINGTON

     Quem ainda não está abalado pelo o que ocorreu na escola em Realengo, no Rio de Janeiro?
     Não gostaria de comentar sobre este caso aqui em nosso blog, mas é que achei curiosa uma matéria publicada em um site protestante, o Gospel Mais, onde eles colocaram no título "Espíritas visitam o túmulo do atirador de Realengo para orar pelo assassino", acompanhe-a abaixo:


     Publicado por Renato Cavallera (perfil no G+ Social) em 24 de abril de 2011
 
     O túmulo de Wellington Menezes de Oliveira, assassino de 13 adolescentes em Realengo, recebeu a visita de cinco pessoas após ter sido enterrado. Deixando flores brancas na cruz 7708 (foto), a de Wellington, os visitantes oraram no túmulo do atirador antes de irem embora.

     Segundo um dos coveiros do cemitério São Francisco Xavier, onde o assassino foi enterrado, o grupo seria de espíritas kardecistas como teria relatado uma das pessoas para ele, porém, ele não soube informar ao jornal O Dia se essas pessoas teriam algum tipo de parentesco com Wellington.

     O corpo foi enterrado no dia 22, sexta-feira santa, após autorização da justiça já que nenhum parente foi ao IML reconhecer o corpo.

     Neste sábado, 23, outro espírita visitou a cova rasa onde Wellington foi sepultado: “Sou espírita e acredito que ele mereça essa prece para poder se arrepender dos seus pecados”, disse o pintor Paulo Cézar Ferreira, 41 anos.

     Em sua carta suicída, o atirador deixou uma série de regras a se seguir para a realização de seu enterro, entre os pedidos estavam a presença de um “fiel seguidor de Deus” para orar por sua alma e encaminha-la ao paraíso.

     Fonte :  http://noticias.gospelmais.com.br/espiritas-visitam-tumulo-atirador-realengo-orar-19090.html

     Ao fim desta matéria, encontram-se vários comentários, nota-se que muitos ali estão apenas escrevendo por escrever, atacando os espiritas e também o Welington, mas convem copiar aqui pra vocês, o primeiro dos comentários, que achei o mais feliz nesse caso, é o de uma leitora não-espirita que parabeniza os espiritas pela atitude, que deveria ser a mesma de todos nós, ao invés de dizermos como ouvimos por aí "que arda no inferno", que ele possa ter uma nova chance, pois sabemos como está a situação dele neste momento, onde talvez ele esteja ou o que esteja sofrendo. No dia seguinte do massacre, eu vi centenas de comunidades atacando-o no orkut, o povo se revoltou, ato normal no caso, mas é momento de nos interiorizarmos e vibrar positivamente para que não ocorram mais casos como estes. Voltemos então ao comentário que citei á pouco :
     Que notícia boa!!!!! Estamos lembrando a morte de Jesus nesta páscoa, mas estamos nos esquecendo dos pedidos Dele para nós……”perdoar sempre”…..”amar os inimigos”…..”tudo que fizerdes ao menor de meus irmãos é a Mim que estareis fazendo”…….”não faça aos outros o que não quer que vos faça”……etc……parabéns espíritas!!!! Ser cristão é ter atitude cristã…..
 
     Ela foi feliz, não foi? E acompanhem agora o que o nosso amigo jornalista Carlos Abranches postou em seu blog no VNews, dia 08 de abril, sobre este caso. E por falar em Carlos Abranches, não esqueçam de ver a próxima postagem, será a primeira de uma série de entrevistas que farei com jornalistas, escritores, atores, músicos, artistas em geral...ligados ou não ao Espiritismo, mas em nossas entrevistas, sempre comentaremos algo relacionado á Doutrina Espirita. O primeiro entrevistado por mim foi Carlos Abranches e esta entrevista exclusiva estará no ar amanhã aqui no blog. Enquanto isso desfrutem dos belos pensamentos que irão ler á seguir deste nosso abençoado irmão: 

O SILÊNCIO FORÇADO DOS INOCENTES

     Qualquer crime, por mais hediondo que seja, fica mais grave ainda quando provoca o silêncio forçado de uma criança.

     No quadro sinistro, desenhado a sangue e tiros, dentro de uma escola pública do Rio de Janeiro, foram muitas as vítimas, além das doze que até agora perderam a vida.


     Quando o psicopata esquizofrênico fuzilou os estudantes, em sua maioria meninas, estava tentando dilacerar em fragmentos o próprio passado, marcado violentamente por uma sucessão de abandonos, rompimentos e transtornos, expostos de forma cruel e impiedosa.



     Eis o impacto mais doloroso da esquizofrenia, em seu perfil mais agressivo. A doença que psicotiza a percepção da realidade autoriza, no ângulo mais grave de seu espectro, o inautorizável - a matança de quem estiver pelo caminho.

     A cada criança morta, não apenas um universo de possibilidades se perdeu, mas também o fechamento precoce de um ciclo de sonhos, de esperanças e realizações. Em cada uma, um pouco da beleza da vida se dissolveu.



     Depois dessa tragédia, que nos atingiu fortemente a todos, surge das sombras um grito embrutecido, vindo exatamente dos pedidos de socorro não escutados do assassino, de apenas 23 anos.

     No nascimento, o primeiro adeus - à própria mãe, que o entregou a outros braços.



     Na infância, o silêncio e o recolhimento. Irmãos e colegas de escola afirmam que raras foram as vezes em que ouviram sua voz, já mergulhada na profundidade das próprias indagações.


     Na adolescência, as marcas sempre difíceis do bullying. Colegas de sala disseram que ele era constantemente humilhado, sobretudo por meninas, que zombavam de seu modo de se vestir. O cenário? A mesma escola, onde o assassinato coletivo se perpetrou.


     No começo da vida adulta, o fim. Acossado pelos próprios monstros, ele não só desejou, mas arquitetou, planejou e alimentou o plano sinistro.

     Depois de tudo, o silêncio de perguntas não respondidas. Por que matar, para tentar resolver seus dilemas? Por que ferir crianças? Que faceta da propria infância ele quis destruir nos crimes que cometeu? Por que fazer da sua escola o cenário da matança?



     São muitas as dúvidas que ficam, depois de tudo isso.


     O que nos cabe registrar agora, em meio aos escombros deixados por imagens tão crueis, é esperar que o contágio psíquico, provocado por crimes como esse, não contamine outras mentes enfermas.


     Que sejamos fortes para calar na base a tragédia de tantas mortes. E que tenhamos maturidade coletiva o bastante para transformar tanta dor em uma escalada definitiva, rumo a patamares mais elevados de compreensão da dor e da felicidade humanas.

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